domingo, 14 de março de 2010

Mascote

Uma das coisas mais maneiras de quando você é criança, é ter um amigo muito maneiro. Ou pelo menos, era isso que se aprendia nos filmes da Sessão da Tarde, quem não se lembra de clássicos como: Conta Comigo (um grupo maneiro), Karate Kid (um mestre maneiro), Lagoa Azul (relação pseudo incestuosa maneira), enfim, muitas eram as possibilidades. E eu que nunca fui muito social, curtia mesmo os não humanos, sonhava em ter um gremlin, um cocoon, uma free willy, um dragão do Mel Gibson, entre outros. Lógico que cresci um pouco e percebi que era tudo UMA PUTA VIADAGEM, e passei a querer um cachorro maneiro, tipo o K-9 ou o Bud, pra fazer coisas igualmente maneiras, como por exemplo: ser salvo de um incêndio ou mesmo dividir um sorvete. Nascia assim, um trauma.

Cachorro Maneiro

O fato de sempre ter morado em apartamento foi determinante, pois segundo minha mãe: "O apartamento vai ficar fedendo a cachorro". Fora que eu não queria um cachorro de apartamento - qual a graça de ter um chiuaua ou um poodle? Nenhuma, e sinceramente, preferia um bichinho virtual.

Na esperança de suprir a falta de uma presença canina, um peixe surgiu em nossas vidas. Agora, tente se lembrar de quantos filmes tendo um peixe de verdade como melhor amigo existem. ZERO. Por quê? Porque eles não têm a menor graça, é como tentar se divertir com uma pessoa em estado vegetativo, só que sem o sexo. Mas no fim, nem durou muito essa palhaçada, no dia seguinte já tivemos que jogá-lo descarga abaixo.

Curtindo meu peixe

Minha triste vida sem cachorro continuou, até que um dia, minha irmã colocou na cabeça que queria um hamster, e aparentemente isso era uma idéia boa para todos, eles não fediam (não muito), eram maneiros (na loja) e eram bonitinhos (pra minha irmã). Compramos dois: Furacão e Perebas (harry potter era febre), uma gaiola, serragem, comida, etc.

Mas sabe quando você ganha uma pista da Hot Wheels, monta, brinca por 30 minutos e percebe que não tem graça nenhuma? Foi exatamente assim que eu me senti. Eles com certeza eram mais legais que o peixe (grande bosta), mas estavam longe de ser maneiros como um cachorro.

Hamster são zuados, pelos seguintes motivos:

- O cérebro deles é do tamanho de um amendoim, portanto, eles são burros e incapazes de gostar de você.

- Eles te odeiam, e tentam fugir em qualquer oportunidade.

- Você não pode brincar com eles, pois são grandes as chances de você derrubá-los ou pisar neles. Ou ambos.

- Eles correm na porra da rodinha, fazendo mais barulho que a minha geladeira.

- Eles são perecíveis demais. Não duram nada. E não possuem garantia. (Quando essas porrinhas morreram, minha irmã chorou pra cacete, minha mãe consolou-a dizendo que eles haviam virado estrelas. Meu pai prometeu enterrá-los no parque, doce ilusão, enrolou no jornal, colocou na sacola do antigo mercado Barateiro, e jogou em alguma caçamba qualquer.)

Depois disso eu desencanei, comprei um play 2.

sábado, 6 de março de 2010

Olimpíadas de Inverno

O drama já começa com a transmissão da record; como ninguém entendia nada, de nenhum esporte NA NEVE, a record levou Oscar Schmidt, aquele jogador de basquete que é pau pra toda obra (um ex-jogador de basquete, BASQUETE!). Os incríveis Paulo Henrique Amorim e Ana Paula Padrão. As freaks Mylena Ciribelli e Roberta Piza. E um patinador fracassado, que acabou comentando TODOS os esportes.

Aposta da record: Duas moças BEM FEIAS, e um jogador de basquete.


Dica da casa: Uma gostosa, um filhote e um astronauta.

Os narradores esportivos fizeram um trabalho ESPLÊNDIDO! Eles cumpriram seu papel de narrar, e obstinados, foram além. Eles não se cansavam de repetir informações e fazer comparações esdrúxulas. Você que acompanhou Vancouver 2010, tente se lembrar quantas vezes você ouviu as seguintes frases:

- Lindsey Vonn, o Michael Phelps do esqui alpino!

- Lindsey Vonn, ela que quer mudar o nome da cidade pra Vonncouver! (ele falou exatamente isso, e cara, quem teria tamanha pretensão?)

- Os técnicos são um show à parte! (na patinação de velocidade, a cada volta o cara repetia isso)

- Florent Amodio, que nasceu em Sobral no Ceará e foi naturalizado francês! (Patinador que em entrevista desabafou: "Cearense, brasileiro? É o caralho! Não como feijão, não falo português e estudei.", o que comprova minha tese de que aquela dancinha no final da apresentação dele, não foi uma "sambadinha" em homenagem ao Brasil e sim uma simples dancinha. Repórteres de merda).

E as narrações das cenas filmadas com a câmera fodona, em slow motion? ANTOLÓGICAS! "Aí você vê, com a nossa super câmera, você nota a pupila da atleta se dilatando mílimetros no exato momento em que um cílio se desprende dos seus companheiros de pálpebra".


Graça nenhuma.

Muito exagero, lambesaquismo e jornalismo cretino por parte da Record. E o evento nem é tão legal, alguns esportes como o hockey e o até então desconhecidíssimo luge, merecem respeito (afinal, não é em todo esporte que você chega a cento e caralhada km/h, em cima de um carrinho de rolemã, e ainda conta com uma curva sapeca que pode te jogar numa viga de concreto... é radical MESMO), de resto, é tudo muito gay e sem emoção: um grande exemplo é o curling, uma bocha (que já é chato pra cacete) com pessoas "varrendo" frenéticamente o chão pra tirar o atrito... Bóris Casói já diria:

"QUE MERDA".

Cursinhos Fedem

Imaginem a seguinte situação: uma palestra motivacional de alto ajuda, somada a um show de stand-up comedy, o resultado é um cursinho, um reduto de jovens com grandes perspectivas acadêmicas e profissionais. E você que estudou em cursinho e costuma dizer que é "super maneiro e divertidíssimo", bom, sua vida deve ser uma merda.


Vamos aos fatos:


Anglo, gay.

Sempre achei livros e palestras de alto ajuda uma puta duma sacanagem. Funciona assim: o cara escreve/fala um monte de coisas pra você se identificar, te mostrar que alguém também passou pelo que você está passando e deu a volta por cima, e então, de maneira sutil ele te indica como melhorar sua vida e fazer de você um vencedor. PUTA PICARETAGEM PRETENCIOSA. Se você acorda todo dia, vai pro banheiro, se encara no espelho e diz: "Eu posso, eu quero, eu consigo!", cara, você é muitíssimo imbecil.

Se eles realmente quisessem sua vitória, recomendariam que você escrevesse um livro de auto ajuda (enchendo o rabo de dinheiro).

E esse é o problema dos professores de cursinho, eles fazem de tudo para mostrar que são MUITO legais, MUITO engraçados, MUITO otimistas.

E é justamente no clima de otimismo sem limites que você é recebido no cursinho. Logo de cara já começam os “Vocês são fodas”, “Serão os melhores anos da sua vida”, “Ano que vem, todos lá!!!” e coisas do gênero. Aí já começa a bater o arrependimento...

Mas foi só quando eu percebi o “humor” utilizado pelos professores que eu vi que eu estava no lugar errado. Siga a linha de pensamento: existem pessoas que são gratuitamente animadas, e quando uma dessas pessoas tem acesso a um palco, um microfone e uma platéia, pronto, surge um HUMORISTA INSTÂNTANEO. E não é o humorista do tipo engraçado, não... É o bom e velho humorista de stand-up, aquele da cara limpa e textos babacas. E é exatamente como um humorista, que cada professor se porta, lançando comentários jocosos como se não houvesse amanhã e fazendo o que qualquer grande nome do stand-up comedy faz: roubar textos de outros humoristas. Lamentável.

Outro grande truque utilizado por eles para se “legalizar” é o de falar palavrões. Tudo ok, eu mesmo sou um grande adepto, mas tipo, eles usam desnecessariamente, qualquer coisa e já mandam um “fudeu”,um “caralho”, um “filho da puta”, e não é assim, são palavras que devem ser usadas com certa moderação, afinal, não deveria ser normal seu professor falar mais palavrões do que alguém com a síndrome de Tourette.

A última coisa detestável nisso tudo é a HIPERATIVIDADE DE FILHO DA PUTA com a qual cada professor tenta transmitir jovialidade e maneirismo, eu tenho lá meus problemas em ficar parado e me concentrar, mas cara, eu tenho 20 anos e não fico correndo pela sala e nem digo: “eu não consigo ficar parado, sou agitadão”, simplesmente porque eu acho que vou ser mais COOL por isso.

É isso que é o cursinho: um teatro, onde todos interpretam um personagem aparentemente mais bacana que o ator em si.

Citando Emicida: “Me vejo como um estranho num ninho de cobras. É foda...”. Vai ser um ano dessa parada aí, a grande atuação que é a minha vida. Nada que um sorriso não tão sincero não resolva.

Eu posso, eu quero, eu consigo!

terça-feira, 2 de março de 2010

Volta às aulas.

O ano era 2002, minha mãe voltou das compras de material escolar e como de costume corri pra ver os cadernos e as outras paradas. Imaginem qual foi a minha surpresa ao me deparar com o seguinte caderno:

Caderno zuado / Caderno foda

Cara, que decepção, eu queria um caderno do yu-gi-oh(?) e acabei ganhando um caderno de um cocô, um COCÔ! E na época eu nem sabia o que era south park, ainda não era apaixonado por mr. hankey, esse simpático tolete natalino (que mais tarde viria a se tornar a decoração de natal padrão por aqui), pra mim, nada mais era do que um cocô escroto e sem graça - longe dos tão sonhados cabelos espetados e magos negros.

Maior que minha decepção, só mesmo a ingenuidade da minha progenitora que, quando indagada a respeito do conteúdo escatológico do caderno que havia escolhido, respondeu com a maior sinceridade:

- Jurava que era um saci...

E realmente: um negro, de capuz vermelho, sem pernas...

Sem mais.